sábado, 26 de outubro de 2013

II - Fidelidade e Desobediência na Educação Alienante...



Continuando... serei superficial e concisa, conforme já falara: a essência não pode ser revelada... Dentre vários conflitos, logo no primeiro mês de aula (na escola Getúlio Vargas, em Brasiléia), como: horário de entrada e saída, uniforme, uso de droga na escola e a presença da polícia para o controle dos alunos, o mais caótico foi a perseguição a um grupo de alunos que se diferenciavam por suas características externas e posicionamentos ideológicos... 

O drama se agravou quando me posicionei frontalmente na defesa dos alunos perseguidos; ao receber do aluno AB um texto baseado na letra da música “vida louca” do Grupo musical Racionais, para a resolução da Atividade 16 de Língua Portuguesa do Guia de Estudo: pagina 84, do PROJOVEM URBANO na escola Getúlio Vargas em Brasiléia, iniciou aí meu sofrimento com as contradições desse programa (nada tenho contra o programa, mas sim pela forma que ele vem sendo executado)... Foi aí que iniciei um diálogo com a coordenação e alguns professores, no sentido de mudarmos alguns aspectos metodológicos para a melhoraria da relação e aprendizagem dos alunos rebeldes...

Oh, quanta decepção!... E qual foi a recepção às minhas propostas?... Simplesmente meu contrato foi cancelado sob tantas vis acusações... Uma das ideias apresentada à coordenação e gestores da educação foi tratar o problema das drogas com medidas preventivas e não punitivas com policial na escola, bem como mudarmos nossa atenção para com os alunos diferenciados... Jesus refrigera minha alma, pois não posso revelar o Grande Segredo!...

Assim como apresentei propostas, informei também a metodologia: reproduzi todo o material de recortes de jornal, revista, textos, além dos livros que ganhara num curso sobre como tratar a problemática da droga na escola, entreguei tal matéria à coordenadora... A resposta da coordenação foi a seguinte:

- Com isto, professora, você está apenas estimulando os alunos a usarem droga na escola... 

- Pois não, cara coordenadora, isso é o que a senhora fala, respondi... Comprovarei que as consequências serão outras...

E foram mesmo... Bem, infelizmente, não foi possível ver o resultado, nem mesmo por em prática tal ideia inovadora... A coordenadora e dois professores aliados a ela tinham uma aluna-espiã para delatar, distorcidamente, minhas aulas... Sob outros ridículos argumentos, foram prestar queixa de minha pessoa na delegacia mais próxima: o sábio delegado logo respondeu:

- Professoras C. & M., isso não é problema para delegacia, não!... 

Foram ao Ministério Público... Fui chamada para prestar esclarecimentos a uma sábia Promotora, chegando lá, a promotora falou:

- Professora Rosangela, lhe chamei aqui não por concordar com as acusações que estão lha fazendo nesses relatórios aqui, mas sim quero lhe pedir para entregar todo o material pedagógico que a coordenadora diz que a senhora não quer devolver... 

Respondi, desesperadamente:

- A senhora queira me desculpar, mas acho tudo isso um absurdo, pois não sei do que a senhora está falando, nem mesmo sei de que relatório se trata!... 

- Pois leia-os, eis aqui!... Respondeu-me a Promotora...

- Eu: Ai, ai meus Deus, que horror!, eu não sabia nada sobre isso, só sei que meu contrato já foi cancelado por problemas com alunos, mas os motivos exatos não me revelaram... Quanto aos materiais pedagógicos, eu necessitava de uns dias para preencher as fichas que são muito extensas e complexas... 

- A promotora: Pois sinta-se livre desse compromisso, não conclua suas responsabilidades, e saia imediatamente dessa cidade, pois o problema é muito mais grave do que a senhora imagina... Esse não é um problema para a justiça solucionar, a coordenação está equivocada, vá à Secretaria de Educação e tente solucionar esse assunto com a Secretária de Educação... 

Obedientemente, voltei para Rio Branco e fui em busca de resolução na Secretaria de Educação... Porém não foi possível falar com a Secretária... Foi então que a coordenação estadual do programa e outro gestor da SEE, disseram-me que o caso estava solucionado, inclusive o próprio governador “Idiota, Arnobio Marques, tinha conhecimento sobre esse ocorrido e já havia conversado com a Secretária... Procurei um advogado, ele levou o caso em minha defesa ao conhecimento da jurisprudência acreana... Chega!... Não revelarei os autos do Juiz!...

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