quarta-feira, 26 de março de 2014

Uma educação do indivíduo inteiro para um mundo unificado...

Há anos que, também, estou em busca desse novo paradigma de que tanto fala os doutos, como possibilidade de mudanças das sociedades, vejamos o que este texto nos proporciona: 

“Quase toda educação tem uma motivação política: propõe-se a fortalecer algum grupo, nacional, religioso ou social na competição com outros grupos. É esta motivação o que principalmente determina que matérias são ensinadas, que conhecimento é oferecido e que conhecimento é ocultado e que determina ademais que hábitos mentais se espera que os pupilos cultivem. Praticamente nada se faz em função do desenvolvimento interior da mente e do espírito; com efeito, aqueles que receberam mais educação sofreram com freqüência uma atrofia mental e espiritual.”

Fala-se muito hoje em dia de uma “mudança de paradigma” na ciência e, mais 
geralmente, no modo de compreender o mundo e o ser humano. Qual é esse novo paradigma, que invocam tanto a nova física como a psicologia contemporânea, e como, de um modo mais ou menos implícito, está afetando praticamente todos os campos do saber e do fazer? 

Podemos chamá-lo “holismo” ou “integralismo”: um enfoque centrado no todo. Esta é a perspectiva que subjaz a inspirações tão diversas como a teoria geral de sistemas, o enfoque sistêmico da ciência da administração e a gestão de empresas, o estruturalismo, e a psicologia da forma. A característica mais chamativa de nossa época é uma nova maneira de conceber as estruturas, a organização, a inter-relação das partes em um todo. A vida e o universo se nos apresentam hoje em dia como meta-estruturas evolutivas. 

Há uns dois mil e quinhentos anos, o Buda contava a história de alguns cegos que faziam uma idéia do que era um elefante tocando-o. Assim, um o comparava a uma palmeira, outro a uma corda, outro a um leque, etc., segundo suas mãos exploravam uma pata, o rabo, uma orelha, ou outras partes do animal. Esta história, adotada mais tarde pelos sufís, tornou-se particularmente popular hoje em dia e com razão, pois, expressa o florescimento no espírito de nosso tempo de uma compreensão cada vez mais generalizada de que o todo é, efetivamente, algo além da soma de suas diversas partes."

Uma educação para a evolução pessoal e social...

“Respostas corretas”, especialização, estandardização, competência estreita, aquisição ávida, agressão, desapego. Sem elas, nos pareceu que a máquina social não poderia funcionar. Não devemos culpar as escolas de crueldade quando só cumpriram o que a sociedade lhes pediu. Porém a razão pela qual necessitamos de uma reforma radical da educação é que as demandas da sociedade estão mudando radicalmente. Não cabe dúvida de que as características humanas que hoje em dia se inculcam deixarão de ser funcionais. Já se tornaram inapropriadas e destrutivas. Se a educação continua sendo como é, a humanidade acabará se destruindo cedo ou tarde.” 

O tema já foi anunciado e é praticamente uma tese: já é hora de termos uma educação para o desenvolvimento humano. Acarreta também a convicção implícita de que sem uma educação para o desenvolvimento humano, dificilmente chegaremos a ter uma sociedade melhor. Até aqui, temos vivido uma longa história de nobres propostas e revoluções encarniçadas pela mudança social que descuidavam da mudança individual e parece que já é hora que entendamos que, se queremos uma sociedade diferente, necessitamos de seres humanos mais completos: não se pode construir algo desta natureza sem os elementos apropriados. 

Eis aí o link para uma plena leitura:   Claudio Naranjo...

Mudar a Educação para Mudar o Mundo...

Eu denunciei a educação tradicional formal (i.e. patriarcal) como sendo um desperdicio dos mais destrutivos em um tempo quando não há nada que seja mais necessario do que uma cultura verdadeira, compreensão e um coração bondoso. Eu creio que a educação é a nossa maior esperança, parcialmente porque ela já desenvolveu a base institucional sobre a qual pretendia realizar sua função, e que talvez um dia possa realmente tornarse realidade: promover o desenvolvimento pessoal.

Já que nosso problema básico mais grave e constante é o subdesenvolvimento da consciencia, e já que a viagem de cura contra o fluxo de deterioramento é dificil, necessitamos enfatizar a prevenção - e temos o veículo para isso através da educação compulsoria, sempre que possamos compreender quão destrutivo tem sido tentar educar aos jovens na imagem e semelhança do que somos, e como estamos sendo arrogantes e cegos em não perceber o fato de que estamos passando adiante nossos valores impregnados da transmissão de nossas enfermidades.

Se a grande esperança em mudar a educação será satisfeita - e melhor que seja logo do que nunca - esta terá que acontecer na cura e transformação dos professores, pois seria ridículo imaginar que isso poderia ser feito apenas através de reformas curriculares. Então surge a pergunta: temos um método eficiente e factivel através do qual possamos educar professores com experiências e treinamentos que nunca foram dados pelo mundo acadêmico, e que na verdade são indispensáveis tendo em vista uma educação voltada para a evolução pessoal e social?

Eu acredito que criei tal método, e comprovei satisfatòriamente sua eficiencia na minha percepção e na dos meus colegas e alunos. O leitor interessado pode encontrar informação relevante nas seções sobre o SAT e sobre SAT-na-educação, assim como no meu livro Changing Education to Change the World (Mudar a Educação para Mudar o Mundo), originalmente escrito em espanhol e também publicado em português e italiano. (Estou incluindo o índice, a breve introdução e um capítulo de amostra, descrevendo o trabalho experiencial com grupos que desenvolvi, e creio que é o que a educação necessita precisamente para sua transformação). Mais importante ainda talvez seja o fato de que procuro convencer pessoas de que é na educação que reside nossa maior esperança de superar nossa presente crise proveniente de uma civilização e sociedade patriarcal.

MAS NÃO CONSIGO CORRIGIR-ME!...

Introdução...

É muito comum dizermos para nós mesmos que estamos cansados de errar, sofrer para depois repetir os mesmos erros, sem conseguir mudar esta situação. Discutem-se a seguir sobre as causas do erro, a sua correção e os fatores que contribuem para a sua continuidade; além disso, são dadas dicas sobre como podemos ser bem sucedidos para sair desta situação.

Causas e continuidade dos nossos erros...

Muitas vezes nós erramos, mas não conseguimos nos corrigir, porque estamos programados mentalmente para fazer, consciente e inconscientemente, muitas coisas erradas. É claro que depois de errar, sofreremos as devidas consequências dos erros cometidos. Com o tempo, poderemos nos arrepender das coisas erradas que fizemos, mas mesmo assim, ainda podemos ter uma enorme dificuldade para não recair no mesmo erro.
Muitas vezes nós agimos como se fossemos robôs, comandados por rotinas mentais pré-estabelecidas, estando nós conscientes disto ou não. Estas rotinas mentais podem se transformar em vontades, atitudes e hábitos. Estes hábitos podem se transformar em vícios ou virtudes, dependendo das intenções específicas embutidas nestas rotinas mentais. Deste modo, estamos programados psiquicamente para fazer coisas tais como raciocinar, perceber as coisas, pensar, dirigir o carro, andar de bicicleta, nadar, falar diferentes idiomas, nos comportar desta ou daquela maneira, reagir desta ou daquela forma, tomar decisões, etc.

Em nosso mundo psíquico (consciente, inconsciente pessoal e inconsciente coletivo) estão armazenados: o instinto de conservação, tendências, memórias de personalidades passadas e presente, soma e interação de agregados psíquicos, complexos psíquicos, preferências, idealizações, condicionamentos, negatividades, máscaras e imagens mentais diversas. Na prática, porém, nós tomamos consciência dos universos externo e interno através do ego (centro da consciência; nosso raciocínio, percepção e pensamentos). O grau de acerto de nossas ações e reações resultantes destas tomadas de consciência depende do quanto nosso ego está livre de negatividades e máscaras, de modo que possamos compreender a realidade em lugar de compreender somente as aparências.

Quando julgamos a nós mesmos e os nossos semelhantes, estamos, em realidade, julgando a projeção de aspectos imperfeitos do próprio ego, sem enxergar a perfeição que existe na natureza. Aquilo que vemos de imperfeito, impuro ou sombra nos seres e nas coisas, representa aquilo de imperfeito, impuro ou sombra que existe em nosso ego. Podemos ter uma boa ideia do grau evolutivo de nossa consciência, analisando nossas ações e reações físicas, emocionais e mentais, ao tomarmos consciência das situações, coisas e seres existentes nos universos externo e interno. Assim, recomenda-se fazer uma cuidadosa análise destas ações e reações para reconhecimento de regiões impuras de nossa consciência que nos impedem de conhecer a Verdade.


Como podemos sair desta situação com sucesso...

A primeira coisa que devemos fazer é manter uma atitude de calma e despreocupação, porém, sempre estando firmemente comprometidos perante nossa consciência superior, de nos esforçarmos para corrigir definitivamente os nossos erros. Para isso, é necessário confiar em si mesmo e na ajuda espiritual sempre presente, para não desanimar em face de novos fracassos.

Depois, devemos, sinceramente, reconhecer os prejuízos e as consequências danosas causadas pelos erros cometidos. Se tivermos dúvidas sobre o que está certo ou errado, podemos usar as peneiras da bondade, verdade e utilidade. Tudo que não passar nas três peneiras pode ser fonte de mal, ignorância, estagnação espiritual e, consequentemente, de dores e sofrimento. Lembremo-nos de que o bem que deixamos de fazer também é um mal. Se for necessário, peçamos ajuda especializada ou busquemos informações que nos auxiliem para avaliar corretamente as ações ou reações que resultaram no erro de modo que possamos compreender adequadamente e integralmente a situação;

Em seguida, devemos reconhecer que existem negatividades e máscaras em nosso ego as quais impedem o nosso avanço evolutivo, para depois tentar modificá-las, evitando assim a repetição dos mesmos erros. Assim, devemos reconhecer a existência de tendências, predisposições e inclinações negativas em nosso ego, sem, entretanto, nos identificarmos com tais negatividades. As máscaras e negatividades que existem em nosso ego são temporárias e totalmente sujeitas a transformações usando a força do amor, da vontade e da persistência para mudar.

Psicologicamente, a essência Divina que somos nos convida para colocarmos a mente a serviço do Eu Real, do Self, Centro do Psiquismo Total. O ego, por sua vez, luta para não perder o seu poder, entrando em disputas externas, desequilibrando nosso mundo interior. O equilíbrio necessário entre o ego e o Eu Real é restabelecido pelo amor. A harmonia e paz interior dependem do equilíbrio entre o ego e o Self, isto é, dependem de que o Eu Real tenha o ego a seu serviço e dirija a função psíquica central da consciência para propósitos alinhados com o Espírito (Novaes, 2001).

A mensagem cristã serve para o mundo psíquico sempre que percebemos que a exclusividade do ego é fator de desequilíbrio. Perceber os propósitos do Self é garantia de seguir no rumo certo. O ego e o Self devem estar sintonizados a serviço do Espírito, verdadeiro piloto da mente. Quando o Espírito toma a decisão de se orientar pela onda da paz e do amor, o Self estabelece princípios de organização e direção voltados para o Bem, restando ao ego acostumar-se à nova ordem interna vigente. Inicialmente haverá o conflito entre os desejos do ego e as orientações do Self, mas à medida que os embates das experiências externas reduzirem o poder do ego, os objetivos essenciais começarão a ser alcançados (Novaes, 2001).

Nós somos seres espirituais, imortais e o nosso ego é apenas uma estrutura temporária em nossa mente. Assim, torna-se extremamente importante conhecer como funcionam as programações psíquicas, conscientes e principalmente as inconscientes, para podermos transformá-las, utilizando a energia do amor. Quanto mais sucesso nós tivermos na transformação do material psíquico inconsciente em material consciente, e consequentemente, em reorientar os reflexos defeituosos do material inconsciente, mais próximo nós chegamos à realidade do Princípio de Vida Universal dentro de nós. Este Princípio fica então mais livre para revelar-se, nos libertando dos medos, da vergonha e dos preconceitos.

Não é possível eliminar os sentimentos egóicos simplesmente usando as forças de vontade e mental. A transformação da polaridade dos complexos egóicos, de negativa para positiva, é realizada utilizando-se sentimentos derivados do amor, energia mais sublime e mais poderosa do universo, originada no Eu Real. Assim, o autoconhecimento, a autoaceitação e o autoperdão da realidade temporária do ego têm o poder de nos libertar das amarras energéticas dos sentimentos que interferem negativamente em nossa vida. Porém, é sempre importante lembrar que:

- Nós não somos o ego, mas temos um ego. Não podemos confundir o ser que somos com o ter, estar, gostar, ficar, fazer, etc., os quais são transitórios, assim como a nossa autoimagem idealizada e o próprio ego;
- O ego não tem existência real porque ele representa apenas um estado evolutivo do espírito em que as negatividades e máscaras são, na realidade, ausências de valores, da mesma forma que o frio é ausência de calor e a escuridão é ausência de luz;
- A consciência das negatividades e máscaras do ego permite iniciarmos o processo de transformação do ego, através da desidentificação do Eu Real com o ego, pela vivência de valores contrários aos do ego;
- É necessário se esforçar constantemente para vivenciar bons pensamentos, sentimentos, atitudes e hábitos;
- A meditação frequente permite alcançarmos níveis superiores de consciência de modo que sempre estejamos sintonizados a vibrações de sabedoria, força moral, serenidade e esperança;
- Todos os espíritos, encarnados ou desencarnados, com os quais nos sintonizamos vibratoriamente, poderão interferir positivamente em nosso processo de autocorreção somente se estas vibrações vierem de fontes tais como sabedoria, amor e caridade. Nós somos influenciados, e ao mesmo tempo, influenciamos outros espíritos, através dos pensamentos, emoções e atitudes com os quais, consciente ou inconscientemente, nos identificamos vibratoriamente.

Para auxiliar no processo de autocorreção, pode-se praticar oMétodo dos 12 passos para ser bem sucedido na vida, sugerido por Oliveira (1998), conforme seguem:

1 – Definição do nosso foco de interesse;
2 – Desejo de atingir o foco;
3 – Manifestação da vontade;
4 – Mudança de pensamento;
5 – Novas crenças;
6 – Novas expectativas;
7 – Novas atitudes;
8 – Persistência nas novas atitudes;
9 – Novos hábitos;
10 – Novos comportamentos;
11 – Novos desempenhos;
12 – SUCESSO (atingir o foco).

De acordo com Oliveira (1998), precisamos seguir apenas os quatro passos escritos em negrito (passos 1, 3, 7 e 8), porque os demais se realizarão automaticamente. Definindo o FOCO de interesse, o DESEJO naturalmente se manifestará, mas a vontade de satisfazer nosso desejo dependerá exclusivamente de nós. Permitindo que a VONTADE se manifeste, naturalmente nossos PENSAMENTOS mudarão. Mudando nossos pensamentos, naturalmente passaremos a ter NOVAS CRENÇAS. Adquirindo novas crenças, naturalmente teremos NOVAS EXPECTATIVAS. Ter novas expectativas, no entanto, não significa que naturalmente nós passaremos a ter novas atitudes. Eis que chegamos a um ponto crítico: nós teremos de ter novas atitudes e persistir nestas novas atitudes, pois, se simplesmente tivermos novas atitudes sem persistência, nós não atingiremos o próximo passo. Tendo NOVAS ATITUDES e PERSISTINDO nelas, nós vamos naturalmente adquirir novos hábitos. Adquirindo NOVOS HÁBITOS, naturalmente passaremos a ter novos comportamentos. Adquirindo NOVOS COMPORTAMENTOS, naturalmente teremos novos desempenhos. Tendo NOVOS DESEMPENHOS, naturalmente alcançaremos o SUCESSO. Não nos esqueçamos, portanto, da importância de definir o FOCO da manifestação, da VONTADE, das NOVAS ATITUDES e da PERSISTÊNCIA porque assim agindo, tudo o mais virá por acréscimo. E mais importante que tudo, devemos sempre colocar, em todos os passos do processo de autocorreção, sentimentos profundos de AMOR, direcionados para si mesmo, para todos e para tudo.

Bibliografia

OLIVEIRA, A.Viver bem é simples, nós é que complicamos, Editora Didier: Votuporanga, 1998, 112p.

NOVAES, A.M.F. Psicologia do evangelho. Fundação Lar Harmonia: Salvador, 2001, 176p.