quinta-feira, 5 de julho de 2012

- O que é ser professora hoje?...



“O que é ser professora hoje?”, é uma das atividades que tive que responder do Curso “Tecnologia da Comunicação), eis aqui minha resposta: 

Início com a definição, a qual muito me agradou e que estou de pleno acordo, sobre o que é ser professor hoje, de Moacir Gadotti, onde ele nos escreve (no livro "Boniteza de um sonho: Ensinar-e-aprender com sentido", disponí­vel online no site do Instituto Paulo Freire) o seguinte: “Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crí­tica, mas também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos marqueteiros, eles são os verdadeiros "amantes da sabedoria", os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber – não o dado, a informação, o puro conhecimento – porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso eles são imprescindíveis."

Assim sendo, penso que ser professor  é ser um verdadeiro pai social (ou mãe social), com sabedoria e muito conhecimento adquirido orientar os educandos  para a vida
(onde não basta apenas repassar e ter domínio de conteúdos) que é um constante devir; para isto: é necessário estar desprovido  de todos os preconceitos e preceitos para fazer despertar nos alunos o verdadeiro conhecimento e saber...

Além disso, o professor deve ter a plena consciência da importância da escola como condição para dos alunos  conquistarem a cidadania e os direitos de participação plena na vida sócio-política, cultural e econômica do ambiente em que vive e do país... A fim de garantir habilidades que propiciem a escolarização e autoconhecimento, bem como o conhecimento universal e o domínio da realidade o qual estão inseridos. Enfim, ser professor hoje no meu entender é ser uma ponte de conhecimento que liga dois mundos distintos, de maneira a fazer o auto-despertar do aluno  para as diferentes formas de vidas, propiciadas pelo sistema globalizado... É estar também num constante processo de aprendizado para saber ensinar.  Seria inumeráveis os conceitos que apreciariam o ser professor, mas por hora fiquemos com estes, pois o espaço e tempo não nos permite discorrer mais acerca do tema em questão. –

Quem sou eu (professora) neste contexto de processo de mudanças?... E qual a minha função na escola?

Bem, esta questão basicamente estar respondida de acordo com o relato que eu fiz acima sobre o  que é ser professor, pois sinto-me na escola uma ponte que permite-me fazer com que o aluno visualize as diferentes forma de viver, bem como a necessidade deles adquirem o conhecimento e sabedoria necessária para poder saber trafegar diante dessas diferenças, esta é minha função na escola enquanto uma educadora, além disso sou uma eterna aprendiz, sou muito curiosa e esta curiosidade me leva ser uma constante pesquisadora e sistematizadora dos conceitos e conhecimento, de forma a simplificar os conteúdo para possibilitar o processo cognitivo.

Ainda essa pergunta me fez lembrar do poema de Clarice Lispector,  que diz o seguinte:

"a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais..."

Para mim isto é demais no sentido de sermos  um constante processo de construção humana, enquanto professor estamos inacabados, só o tempo nos preenche e nos permite sabermos quem somos...

Noutro momento, sinto-me um Fernando Pessoa neste poema:

“Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me aponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas”...

Penso desta forma porque no mundo não existe verdades absolutas e nem tudo é de acordo como se diz ou como estar: a verdade de hoje pode ser a mentira do amanhã, pois não existem valores fixos e acabados, tudo é um devir: tudo ainda é muito relativo.